Lavínia Tolentino

        A obesidade é considerada fator de risco para o desenvolvimento de diversas comorbidades, entre elas a resistência à insulina, que comumente evolui para Diabetes Mellitus 2 (DM2). O DM2, por sua vez, pode desencadear outras comorbidades como a nefropatia diabética (ND). A ND pode ser intensificada pela inflamação de baixo grau, característica da obesidade, conduzindo à antecipação da falência renal. Alterações hemodinâmicas, estresse oxidativo, ativação da sinalização de NFκB (fator nuclear kappa B) e superexpressão de várias citocinas inflamatórias, junto à hiperglicemia persistente, apresentam ação importante na patogênese da ND. Dessa forma, potenciais antiinflamatórios precisam ser melhor explorados para prevenção de comorbidades associadas a DM2, bem como a DM2. Assim sendo, é interessante elucidar o potencial anti-inflamatório do ácido graxo ALA (ácido alfa-linolênico) que ainda é pouco explorado em comparação com EPA (ácido eicosapentaenoico) e DHA (ácido docosahexaenoico), mas que possui potencial de ativação semelhante. O receptor GPR120 (Receptor 120 acoplado à proteína G), ativado por ômega-3, parece bloquear a progressão do processo inflamatório à apoptose, ao inibir as citocinas como TNFα (fator de necrose tumoral-alfa), iNOS (sintase do óxido nítrico induzível) e as interleucinas (IL) 6 e 1β, em células epiteliais tubulares renais. À vista disso, esse projeto tem como objetivo avaliar o potencial antiinflamatório do óleo da semente de linhaça, rico em ω3, e sua capacidade de prevenir o desenvolvimento da ND em camundongos obesos e portadores de DM2 induzida por dieta hiperlipídica.